terça-feira, 20 de julho de 2010

Pra elas

“Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
(...) Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero o meu avesso.(...) Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.(...) Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto: e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo, loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

 Oscar Wilde





                                            Gatinhas, eu amo vocês.
                                                         Fiu Fiu

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Singular

E então foi isso. Sentei na frente do espelho com os cabelos soltos que em breve pretendo cortar, tirei a maquiagem e me vi por trás daquela moldura. Me vi como sou. Sem me esconder atrás da camuflagem que eu mesma criei. E eu estava lá pronta pra encarar a realidade. De quê adianta ter um corpo se a mente tropeça confusa. 
Encontrei coragem pra recomeçar. O quê exatamente eu nem sei. Queria estar mais próxima de mim mesma e caber dentro desse corpo pequeno e fraco, pra suportar a realidade.
A miopia não me deixa ver além da cortina de seda. Mas hoje eu vi, hoje eu senti, e foi bom.
E eu não sinto saudade de mim, li por aí que saudade é ter pra onde voltar, e eu não tenho pra onde voltar e pra quem voltar já faz muito tempo. E a mente já não pensa em corpos não mais presentes. Foi então que eu cansei, me maquiei e refiz tudo outra vez, porque as pessoas não precisam ver através de mim.
Eu apenas precisava entender minha razão, pois da emoção nunca soube nada mesmo.
Lendo, uma frase não saiu da minha cabeça, e me perturba há mais de um mês. Estar perto não é físico.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Em cartaz

As pessoas passaram o mês inteiro na frente da TV acompanhando a Copa e o caso do goleiro Bruno. A Copa terminou, mas o tal homicídio continua sendo noticiado com uma gana impressionante. Não vejo graça na desgraça dos outros. Não importa se a moça extorquia o goleiro ou se era garota de programa. Dia a dia o caso é regurgitado passo à passo com poucas novidades, mas está lá para não dar paz aos meus olhos e ouvidos. Agora eu fico me perguntando se não se tratasse do goleiro do Flamengo, o caso seria noticiado com tanto fervor e ênfase? Se a vítima tivesse sido uma simples mulher, empregada doméstica e o assassino um João Ninguém, talvez a gente nem ficasse sabendo do caso. Aqui mesmo na minha rua de bairro de interior aconteceu um crime realmente sangrento no meio da rua e o caso não passou nem na RBS. Então me vem à mente o caso da Isabella e dos Richthofen, onde as vítimas também tinham uma posição social confortável. Pelo menos os culpados foram presos.
E as pessoas vão continuar vendo suas vidas passarem, sentadas na frente da televisão. Super informadas sobre os salários milionários dos jogadores de futebol e do sofrimento das pessoas que não tiveram tanta sorte assim.
A gente precisa de sorte pra não sentir os respingos desse lixo todo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O mesmo me encomoda

Eu nunca tive uma teoria formada sobre mudanças, elas podem ser boas, ou não. Depende do seu ponto de vista ou de outra pessoa em que se encaixa.
Pois essa semana eu tenho saboreado, além da mudança do post anterior, que já está sendo superada, uma mudança realmente boa. Estou saindo do trabalho às 17h! Pode parecer normal pra você que sempre trabalhou até esse horário, ou pra você que nem ao menos trabalha. Mas por infinitas vezes trabalhei até 19h. Claro que eu começava às 15:15h, mas imaginem só não ter que voltar no escuro e no frio.
E o melhor de tudo é que todo o movimento da rua mudou. Vejo pessoas diferentes em momentos diferentes. Gente que eu nem sabia que existia. Mas o "ponto do amor" continua sempre movimentado.
Eu estou adorando.
E não tô nem aí pro Brasil na Copa. O brasileiro só se faz de patriota por causa da preguiça de trabalhar. Se o brasileiro fosse patriota o país mudava também e não ficava na mesma merda que tá.
Agora, pra minha vida mudar de vez eu só preciso receber um e-mail, pelo qual aguardo ansiosamente.
No fundo, eu sei que eu também preciso mudar.
E se o Brasil ganhar a Copa, daí sim minha vida vai mudar horrores! AH