segunda-feira, 12 de julho de 2010

Em cartaz

As pessoas passaram o mês inteiro na frente da TV acompanhando a Copa e o caso do goleiro Bruno. A Copa terminou, mas o tal homicídio continua sendo noticiado com uma gana impressionante. Não vejo graça na desgraça dos outros. Não importa se a moça extorquia o goleiro ou se era garota de programa. Dia a dia o caso é regurgitado passo à passo com poucas novidades, mas está lá para não dar paz aos meus olhos e ouvidos. Agora eu fico me perguntando se não se tratasse do goleiro do Flamengo, o caso seria noticiado com tanto fervor e ênfase? Se a vítima tivesse sido uma simples mulher, empregada doméstica e o assassino um João Ninguém, talvez a gente nem ficasse sabendo do caso. Aqui mesmo na minha rua de bairro de interior aconteceu um crime realmente sangrento no meio da rua e o caso não passou nem na RBS. Então me vem à mente o caso da Isabella e dos Richthofen, onde as vítimas também tinham uma posição social confortável. Pelo menos os culpados foram presos.
E as pessoas vão continuar vendo suas vidas passarem, sentadas na frente da televisão. Super informadas sobre os salários milionários dos jogadores de futebol e do sofrimento das pessoas que não tiveram tanta sorte assim.
A gente precisa de sorte pra não sentir os respingos desse lixo todo.

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