quarta-feira, 14 de julho de 2010

Singular

E então foi isso. Sentei na frente do espelho com os cabelos soltos que em breve pretendo cortar, tirei a maquiagem e me vi por trás daquela moldura. Me vi como sou. Sem me esconder atrás da camuflagem que eu mesma criei. E eu estava lá pronta pra encarar a realidade. De quê adianta ter um corpo se a mente tropeça confusa. 
Encontrei coragem pra recomeçar. O quê exatamente eu nem sei. Queria estar mais próxima de mim mesma e caber dentro desse corpo pequeno e fraco, pra suportar a realidade.
A miopia não me deixa ver além da cortina de seda. Mas hoje eu vi, hoje eu senti, e foi bom.
E eu não sinto saudade de mim, li por aí que saudade é ter pra onde voltar, e eu não tenho pra onde voltar e pra quem voltar já faz muito tempo. E a mente já não pensa em corpos não mais presentes. Foi então que eu cansei, me maquiei e refiz tudo outra vez, porque as pessoas não precisam ver através de mim.
Eu apenas precisava entender minha razão, pois da emoção nunca soube nada mesmo.
Lendo, uma frase não saiu da minha cabeça, e me perturba há mais de um mês. Estar perto não é físico.

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